segunda-feira, 25 de julho de 2011

VALE A PENA LER "PALAVRAS DE PODER"

Foi lançado recentemente um livro, dividido em dois volumes, Palavras de Poder, do jornalista e amigo Lauro Henriques Jr., que vale a pena ler. Um dos volumes tem entrevistas com personalidades brasileiras e o outro com expoentes internacionais. Editado com requintes pela Leya, os dois volumes são água e vegetação fresca no deserto.
No volume brasileiro, são 14 os entrevistados. Vou pinçar um trecho da entrevista com a Monja Coen, lider zen budista brasileira.
Pergunta: em vez de dizer "tudo é sofrimento", podemos dizer "tudo é aprendizado"?
Resposta: Sim, podemos. Buda fala sobre a questão do sofrimento quando discorre sobre as "quatro nobres verdades" e, após analisar a natureza da dor, ensina o caminho para cessar o sofrimento. E o primeiro passo nesse caminho é a memoria correta acerca do que é a realidade. Por exemplo, tinha uma musica antiga que dizia: "ame a pessoa com quem voce está". Isso é memória correta. em vez de reclamar que as pessoas à sua volta não prestam, procure ver a realidade. Perceba que há muita beleza nessas pessoas, que elas também tem qualidades, que voce pode amá-las. Assim, em vez de querer o que está distante, o inalcançável, aprecie o que acontece agora em sua vida. Com esse tipo de postura, o que era sofrimento torna-se uma oportunidade de aprendizado da vida, em vida.

Pergunta: onde entra o caminho do meio ensinado no Budismo?
resposta: o caminho do meio é o que permite seguir pela vida sem apegos e, ao mesmo tempo, sem aversões. É a consciencia obtida por Buda após ter experimentado dois extremos em sua vida: a opulencia de um principe e, depois, a renuncia radical de um asceta, que nem comia. e Buda concluiu que tanto o caminho do excesso quanto o da aversão não levam a lugar nenhum, que é preciso trilhar o caminho do meio. E que caminho é esse? É o caminho da flexibilidade. Não nego minhas necessidades, mas, ao mesmo tempo, não busco satisfazer todas elas. Meu papel é perceber qual atitude é a mais adequada a cada momento, a cada circunstancia.

Vou postar mais alguns trechos de entrevistas depois. Vale a pena ter os dois volumes do livro Palavras de Poder, um projeto inteligente e feliz.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

COLOQUE-SE NA AGENDA PARA TER SAÚDE

Este artigo foi publicado na revista Card News, edição de abril de 2011--uma publicação destinada aos executivos da área de cartões e do mercado financeiro. Vale a pena ler.


Miguel Filliage (*)
Nenhum executivo discorda: o nível de estresse dentro do ambiente organizacional está altíssimo. A alucinante velocidade do mundo contemporâneo e sua complexidade, traduzidos em conflitos e desafios contínuos, vem causando bastante estrago na vida profissional e pessoal, reduzindo muito a performance no trabalho e gerando verdadeiras epidemias de sintomas crônicos.  Basta olhar em volta e constatar pessoas próximas tomando remédios para pressão alta, para controlar o diabetes, para ansiedade, depressão, para dores aqui e ali, para insônia...
As novas tecnologias de informação vêm ocasionando brutal aceleração no planeta. Nos últimos 10 anos o mundo quadriplicou sua velocidade e o conhecimento da humanidade vem dobrando a cada ano, segundo estudos de universidades européias. Isto impacta decisivamente nas pessoas. Há 10 anos, por exemplo, depois de um desafio importante, a pessoa tinha alguma folga para se recompor, se reequilibrar, respirar, aliviar-se. Hoje, os desafios profissionais e pessoais são diários, e os corpos emocional, mental e físico sofrem muito.
As mudanças são contínuas, às vezes surpreendentes, e, como se sabe, ninguém gosta de mudanças. E quanto mais se resiste a elas, mais se manifesta os medos, a irritabilidade, a angústia, a desmotivação, a falta de perspectiva, entre outros temas emocionais e mentais — sem falar nos sintomas físicos gerados pelo corpo emocional: dores de cabeça, lombares, nos joelhos, ciático, queimação no estomago, cistite, palpitação, alergias, insônia... os sintomas são muitos.
Atendo todos os dias executivos com queixas emocionais diversas que resultam em baixo desempenho no trabalho que, depois, transformam-se em sintomas físicos.  Dou um conselho: Quer fazer sucesso, ser proativo, ser reconhecido? Então abra a agenda e se coloque nela. Vá se cuidar. Faça esporte, yoga, meditação, acupuntura, terapia, procure mais seu médico, faça mais por você. Tudo para ampliar a paz interna. Saúde para as medicinas orientais está ligada a paz e não à ausência de sintomas físicos. Sem paz interna, os desequilíbrios se multiplicam.  
A Organização Mundial da Saúde lista alguns sintomas gerados pelo estresse. Se tiver mais de três destes desequilíbrios, a OMS considera que a pessoa já está manifestaesteja com estresse crônico. Ou seja, você não está vibrando no seu melhor, mas colocando para fora o seu, digamos, pior.
Alguns sintomas:
  • Diminuição da atenção plena, da memória recente e do nível de concentração;
  • Exagerando no álcool ou no fumo;
  • Dormindo muito ou tendo insônia;
  • Sentindo palpitação, tontura, falta de ar, formigamento dos braços;
  • Comendo compulsivamente ou perdendo a fome;
  • Sendo impulsivo, nervoso, sem paciência, agressivo, agitado, apático ou triste e de mau humor;
  • Com queimação no estomago e/ou regurgitação acida;
  • Com aperto no peito e/ou muita vontade de chorar;
  • Com desânimo, sem entusiasmo, sem vontade, com medos exagerados, vibrando no pessimismo ou na dúvida;
  • Como dores lombares, enxaquecas, etc.
A maioria das doenças crônicas (emocionais ou físicas) da sociedade moderna resulta da falta de contato da pessoa com seu centro, o self, segundo Jung. Em vez de amor, de aceitação, de discernimento, emergem com vigor medos, ressentimentos, mágoas de si mesmo, dos outros, do mundo. Vivemos num mundo do ter, estamos sempre para fora, fazendo, agindo, controlando, etc. Voltar-se um pouco para dentro, para ser, nutri, harmoniza, equilibra, gera saúde plena.
Abra sua agenda e coloque-se nela.
(*) Miguel Filliage é terapeuta, escritor, há quase 20 anos trabalha e é especialista em Medicina Oriental, especialmente da Medicina Tradicional Chinesa e Tibetana. E-mail: miguelfilliage@cciencia.com.br  fones: (11) 5096 3582 / 5096 0809.

domingo, 24 de abril de 2011

A PAUSA QUE CURA

Miguel Filliage (*)
Depois de um feriado prolongado, como este de Páscoa, voltamos ao mundo melhores, especialmente se nos proporcionamos mesmo uma pausa, um descanso verdadeiro. O momento da pausa é fundamental para o equilíbrio físico e emocional. Sem a pausa, não existe música.
Somos pendulares, um pouco para fora, criando, fazendo, disputando, agindo, etc. E um pouco para dentro, para se nutrir através do silêncio interno, para ser. A civilização contemporânea prioriza um lado do pêndulo, o ter, a felicidade está nos símbolos, no consumo, fora, no ego. Esta opção traz muita desarmonia emocional, gerando, depois de algum tempo, doenças crônicas. É claro que bem antes dos sintomas físicos aparecerem, sinais de desequilíbrios são visíveis, quando nos percebemos com excesso de preocupações, nervosismos, angústias, impaciências, chatices, sem foco e sem perspectiva, memória fraca, etc. Uma das maneiras de se tratar é proporcionando a si mesmo uma pausa, para gerar paz. A pausa nutre e cura. E se não estiver conseguindo essa volta a si mesmo, procure ajuda. Vá se tratar.
Vivemos num mundo dual, sim e não, luz e sombra, yin e yang, ação e não ação, o pêndulo deve balançar suavemente de um lado para o outro. Na tradição judaica, a pausa começa na sexta-feira à noite. É o Shabat, o descanso após o final do ciclo semanal de trabalho. O rabino Nilton Bonder aponta: “a noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue. Para um mundo no qual funcionar 24 horas parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga, descansar se torna uma necessidade do planeta”.
Mesmo quando aparece um feriado como este de Páscoa, de quatro dias, tendemos a continuar a nos identificar com apenas um lado do pêndulo. “Hoje o tempo de pausa é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito de descanso, mas de ocupação. A própria palavra entretenimento indica o desejo de não parar”, mostra Bonder.
Nilton Bonder dá outros exemplos expressivos:
·        nossos namorados querem “ficar”, trocando o “ser” pelo “estar”;
·        quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante;
A pausa, porém, é que dá sentido à caminhada; a prática espiritual deste milênio será viver as pausas.
Precisamos nos permitir e nos acostumar com as pausas. E elas não necessitam ser de quatro dias. Podem ser de momentos ao longo do dia. Colocando-se na própria agenda. Uma pausa no dia para fazer acupuntura, para praticar yoga, para exercitar-se, para meditar, para... voltar-se para você, para se tratar, para nutrir-se, para curar-se, para voltar-se para dentro, para o pêndulo funcionar — para ser um pouco mais yin. É o nosso lado feminino, yin, que cria, que decide, que percebe, que tem clareza. O nosso lado masculino, yang, é o que realiza. O yin é general; o yang é soldado. Quando estamos com o nosso lado yin nutridos, decidimos melhor, fazemos escolhas menos inconscientes, somos proativos, geramos mais prosperidade e saúde plenas.
Que você proporcione algumas pausas conscientes em sua vida. A sua saúde física, financeira, emocional, mental e espiritual será totalmente resgatada quando o pêndulo funcionar com harmonia.
(*) Miguel Filliage
Naturista (CRT 32280), escritor, há quase 20 anos trabalha e é especialista em Medicina Clássica Taoísta e Tibetana e fitoessenciais vibracionais, com pós graduação em Psicologia Transpessoal. Emails: miguel@clisf.com.br , miguelfilliage@cciencia.com.br   

quinta-feira, 24 de março de 2011

MESTRES TAOÍSTAS: A ÁGUA E O BAMBU.

MESTRES TAOÍSTAS: A ÁGUA E O BAMBU.
Miguel Filliage(*)
A base filosófica da Medicina Oriental, especialmente a Chinesa e a Tibetana, é taoísta, baseada na observação sistemática e profunda da natureza. Na natureza, com na vida de qualquer pessoa, nada é permanente — tudo está em contínua mutação. A impermanência é uma das grandes leis do Planeta. A natureza e o Homem evoluem em ciclos, num movimento espiralado—sempre acontece o verão, o outono, o inverno e a primavera, mas as flores nunca são as mesmas.
Alguns dos principais conceitos e ensinamentos taoístas saíram de dois grandes mestres da natureza, a água e o bambu.
LIÇÕES VINDAS DA ÁGUA
  • A água ensina a não resistir, a deixar fluir, a aceitar o que se apresenta. A vida surgiu da água, o maior solvente do planeta, o útero da vida. A água flui, avança pelo caminho mais fácil, contorna obstáculos, procura a menor resistência. A água não briga com os obstáculos, não resiste. Assim é.
  • A água ensina que só é grande aquele que serve. A água é grande mestre porque vem servindo ao planeta Terra há bilhões de anos. Existe uma única água no mundo. Há pelo menos quatro bilhões de anos a água da Terra é a mesma. Ela é um fluxo contínuo. A mesma água deu vida a todos os seres vivos do Planeta—através dela, é possível perceber a unicidade de tudo.
  • A água ensina que para avançar na vida é preciso, muitas vezes, recuar. Quando a água cai num fosso, acumula-se, até encontrar a borda mais baixa. Quando o Homem está numa situação difícil, no fundo do poço, precisa voltar-se para si, se reabastecer, interiorizar-se, recuar, fazer muita reflexão e meditação, para voltar a avançar, para encontrar novas saídas.
  • A água ensina que somos naturalmente um fluxo contínuo de energia, de fluídos e de água. O que mantém a vida da água é o seu fluxo. O que mantém nossa vida é o fluxo. O bater do coração é um fluxo; o sangue é um fluxo; um meridiano de energia estagnado interrompe o fluxo da vida, a vida pára—e as doenças acontecem. E o fluxo é interrompido, muitas vezes, pelas nossas emoções mal canalizadas, pelas nossas resistências. Precisamos aprender a fluir como a água, sem resistência, só aceitando. Somos compostos de 75% de água e toda ela se renova em dois dias no corpo; e a cada seis meses, nos renovamos integralmente, com novas células.
  • A água ensina que só é grande aquele que é humilde e receptivo, assim como o oceano, que acolhe e é receptivo a todos os rios. O oceano é grande porque ocupa a posição mais baixa.
LIÇÕES VINDAS DO BAMBU
  • O bambu ensina que é necessária a paciência e a determinação para os projetos florescerem e terem força. O bambu enraíza-se bem fundo e firme antes de crescer para fora da terra. Quando plantado, através de semente, o bambu fica cinco anos embaixo da terra, antes de brotar.
  • O bambu ensina que quem se contenta com o suficiente tem o suficiente; quem agradece aquilo que já tem, está pronto para prosperar. O bambu cresce reto, satisfeito e agradecido com seu espaço. Ele ocupa um espaço pequeno e suficiente. Uma lição de gratidão, retidão e suficiência aos homens.
  • O bambu ensina a simplicidade. O bambu é uma planta muito simples.
  • O bambu ensina sobre a necessidade dos limites para as coisas durarem. O bambu tem divisões que garantem sua resistência. Seus gomos são seus limites. Dia e noite são limites; estações do ano têm limites. Tudo precisa de limites. Até as limitações precisam de limites — para não virarem inflexibilidades.
  • O bambu ensina sobre a flexibilidade, o caminho do meio; para não sermos rígidos. A mente rígida quebra, tem doenças, especialmente de coluna. O bambu curva-se num vendaval, para não quebrar.
  • O bambu ensina sobre o vazio interior, tão necessário para o aprendizado. Para aprender é preciso estar vazio de conceitos e preconceitos. O excesso de conceitos e preconceitos nos tornam rígidos. A maior qualidade do bambu é o fato de ser oco. O vazio significa um potencial. É a origem e o retorno de todas as coisas — o absoluto. A paz de espírito vem do vazio, do silencio e da meditação. O vazio une tudo. Somos 80% de vazio— cada célula nossa tem um núcleo rodeada de vazio e elétrons, que giram em torno do núcleo. Estamos todos ligados pelo vazio. O universo é um vazio, com energia, e alguns planetas.
Miguel Filliage
Naturista (CRT 32280), escritor, há quase 20 anos trabalha e é especialista em Medicina Clássica Taoísta e Tibetana e fitoessenciais vibracionais, com pós graduação em Psicologia Transpessoal. Emails: miguel@clisf.com.br , miguelfilliage@cciencia.com.br   

sexta-feira, 11 de março de 2011

O DESPERTAR DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA - ECKHART TOLLE


Quero compartilhar aqui um trecho do livro "O Despertar de Uma Nova Consciência", de Eckhart Tolle, autor que admiro muito, verdadeiro mestre. Vale a pena conhecê-lo em  livros e em palestras, disponíveis nas livrarias. Leia este trecho abaixo com calma e tempo. É um texto curto, mas certeiro-- e vem de encontro ao meu artigo anterior, aprofundando. 

“Queixar-se é uma das estratégias prediletas do ego para se fortalecer.
Cada reclamação é uma pequena história que a mente cria e na qual acreditamos inteiramente.
Não importa se ela é feita em voz alta ou apenas em pensamento.
Alguns egos que talvez não tenham muito mais com o que se identificar sobrevivem apenas com queixas.
 
Quando estamos presos a um ego assim, reclamar, sobretudo de alguém, é algo habitual e, é claro, inconsciente, o que mostra que não sabemos o que estamos fazendo.
 
Uma atitude típica desse padrão é aplicar rótulos mentais negativos às pessoas, seja na frente delas ou, como é mais comum, falando sobre elas com alguém, ou até mesmo apenas pensando nelas. Xingar é o modo mais rude de atribuir esses rótulos e de mostrar a necessidade que o ego tem de estar certo e triunfar sobre os outros: "idiota", "desgraçado", "prostituta", “etc..”, todas essas afirmações definitivas contra as quais não se pode argumentar.
No nível seguinte, descendo pela escala da inconsciência, estão os gritos. Não muito abaixo disso se encontra a violência física. O ressentimento é a emoção que acompanha a queixa e a rotulagem mental dos outros. Ele acrescenta ainda mais energia ao ego.
 
Ressentir-se significa ficar magoado, melindrado ou ofendido. Costumamos nos sentir assim em relação à cobiça das pessoas, à sua desonestidade, à sua falta de integridade, ao que estão fazendo no presente, ao que fizeram no passado, ao que disseram, ao que deixaram de dizer, à atitude que deviam, ou não, ter tomado. O ego adora isso.
Em vez de detectarmos a inconsciência nos outros, nós a transformamos em sua identidade.
 
Quem é o responsável por isso? Nossa própria inconsciência, o ego em nós. Algumas vezes, a "falta" que apontamos em alguém, nem mesmo existe. Ela pode ser um erro total de interpretação, uma projeção feita por uma mente condicionada a ver inimigos, e a se considerar sempre certa, ou superior.
Em outras ocasiões, a falta pode ter ocorrido; contudo, se nos concentrarmos nela, às vezes excluindo todo o resto, nós a tornamos maior do que ela realmente é. E dessa maneira fortalecemos em nós mesmos aquilo a que reagimos no outro, o ego.
 
Não reagir ao ego das pessoas é uma das maneiras mais eficazes de não só superarmos nosso próprio ego como também de dissolver o ego humano coletivo.
 
No entanto, só conseguimos nos abster de reagir quando somos capazes de reconhecer o comportamento de alguém como originário do ego, como uma expressão do distúrbio coletivo da espécie humana insana. Quando compreendemos que não se trata de nada pessoal, a compulsão para reagir desaparece.
Não reagindo ao ego, muitas vezes podemos fazer aflorar a sanidade nos outros, que é a consciência não condicionada em oposição à consciência condicionada. Em determinadas ocasiões, talvez precisemos tomar providências práticas para nos proteger de pessoas profundamente inconscientes. Isso é algo que temos condições de fazer sem torná-las nossas inimigas.
 
Nossa maior defesa, contudo, é sermos conscientes aqui e agora. Alguém passa a ser um inimigo quando personalizamos a inconsciência dele, que é o ego.
A não-reação não é fraqueza, mas força.
Outra palavra para não-reação, é perdão.
Perdoar é ver além, ou melhor, é enxergar através de algo. E ver, através do ego, a sanidade que há em cada ser humano como sua essência.
O ego adora reclamar e se ressente não só de pessoas como de situações.
O que podemos fazer com alguém também conseguimos fazer com uma circunstância: transformá-la num inimigo. Os pontos implícitos são sempre os mesmos: “isso não deveria estar acontecendo”, “não quero estar aqui”, “estou agindo contra minha vontade”, “o tratamento que estou recebendo é injusto”, “etc..”.
E, é claro, o maior inimigo do ego, acima de tudo isso, é o momento presente, ou seja, a vida em si, o agora.
 
Não confunda a queixa com a atitude de informar alguém de uma falha ou de uma deficiência para que elas possam ser sanadas. Além disso, abster-se de reclamar não corresponde necessariamente a tolerar algo de má qualidade nem um mau comportamento.
 
Não há interferência do ego quando dizemos ao garçom que a comida está fria e precisa ser aquecida - desde que nos atenhamos aos fatos, que são sempre neutros. "Como você se atreve a me servir uma sopa fria?" Isso é se queixar, isso é ego.
Nessa situação, existe um "eu" que adora se sentir pessoalmente ofendido pela comida fria e ele aproveitará esse fato ao máximo, um "eu" que aprecia apontar o erro de alguém. A reclamação a que me refiro está a serviço do ego, e não da mudança. Algumas vezes fica óbvio que o ego não deseja que algo se modifique para que possa continuar se queixando e continuar existindo.
 
Veja se você consegue capturar, ou melhor, perceber, a voz na sua cabeça - talvez no exato instante em que ela esteja reclamando de algo, e reconhecê-la pelo que ela é: a voz do ego, não mais do que um padrão mental condicionado, um pensamento.
Sempre que a observar, compreenderá que você não é ela, e sim aquele que tem consciência dela.
 
Na verdade, você é a consciência que está consciente da voz. Atrás, em segundo plano, está a consciência. À frente, se situa a voz, aquele que pensa, o ego. Dessa maneira você estará se libertando do ego, livrando-se da mente não observada. No momento em que você se tornar consciente do ego, a rigor ele não será mais o ego, e sim um velho padrão mental condicionado.
O ego implica inconsciência. Ele e a consciência não conseguem coexistir. O velho padrão mental, ou hábito mental, pode sobreviver e se manifestar por mais um tempo porque tem o impulso de milhares de anos de inconsciência humana coletiva atrás de si. No entanto, toda vez que é reconhecido, ele se enfraquece.
 
Só a prática da auto-observação consciente leva ao despertar da consciência e consequentemente com a eliminação do ego”.
 
ECKHART TOLLE in “O DESPERTAR DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA”
 


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

RECUAR E ACEITAR O QUE SE APRESENTA NÃO É PERDER. É CONQUISTAR SAÚDE FÍSICA E EMOCIONAL.

Miguel Filliage (*)
Tenho recebido muitas pessoas no consultório, com queixas e sintomas  físicos e emocionais, que teriam cura rápida se apenas aceitassem o que esta acontecendo em suas vidas. Em resumo, passam por mudanças, mudanças surpreendentes, fatos extraordinários, desafios complexos e novos, etc. Na verdade, nem teriam sintoma algum no corpo físico ou no emocional, se trabalhassem dentro de si a aceitação. Este é um tema bem vasto, que mestres espirituais ensinaram e ensinam continuamente, mas que, nós, pouco entendemos. “Dar o outro lado da face, como assim? Não revidar, não revoltar-se, não brigar, não se desesperar, não culpar, não se culpar? Como assim?”. Recentemente recebi um texto de autoria de Ana Cristina Pereira que veio a calhar. Vou reproduzir alguns trechos, comentar outros, dentro da visão da medicina oriental, especialmente a tibetana.

“A primeira impressão que temos quando ouvimos ou pensamos em aceitar, seja uma pessoa, um fato ou uma circunstância, é de que estaremos nos submetendo ou nos subjugando, desistindo de lutar, sendo fracos. De verdade, se quisermos modificar qualquer aspecto da nossa vida e de nós mesmos, devemos começar aceitando. A aceitação é detentora de um poder transformador que só quem já experimentou pode avaliar...”

Um grande mestre, do qual tenho o privilégio de ser seu amigo, está sempre lembrando-nos: “se você compreende (uma situação, uma pessoa, um fato, uma circunstância, etc), as coisas são exatamente como são. Se você não compreende, as coisas são exatamente como são”. Muito simples. No mundo de hoje, precisamos exercitar, mais do que em outras épocas, a neutralidade, o “seja feita a Vossa vontade”. E confiar.

Preferimos, na maioria das vezes, não aceitar — resistimos, não concordamos com o ocorrido, queremos ter razão, ficamos prisioneiros do próprio ego. “Ser resistente, brigar, revoltar-se, negar, deprimir, desesperar-se, indignar-se, culpar, culpar-se, são reações emocionais carregadas de raivas. Raiva do outro, raiva de si mesmo, da vida. E raiva destrói, desagrega”.

A raiva é fonte de muitas doenças crônicas, de muitos sintomas físicos e emocionais. Se aceitássemos mais a vida com ela é e não como achamos que deveria ser, os consultórios e os hospitais teriam bem menos pacientes, e as farmácias bem menos clientes. O texto continua: “A aceitação é uma força que desconhecemos porque somos condicionados a lutar, a esbravejar, a brigar”.

Estamos muito identificados com o ego sem perceber que a vida é mais complexa do que meus quereres. Não temos tanto controle sobre ela como achamos que temos. Se estivermos plantando cebolas com nossos pensamentos e ações, não vamos colher orquídeas reluzentes. Vamos colher cebolas, e não adianta chorar. Aceite, aja e transforme. Tenha mais consciência do caminho, das decisões, das ações e dos pensamentos – e acolha tudo que se manifesta em sua vida. De alguma forma, nossa alma atraiu aquela experiência como oportunidade de crescimento, de evolução.

“No instante em que aceitamos, desmaterializamos situações que foram criadas por nós, solução surge naturalmente através de intuição ou fatos trazem as respostas e as saídas para o problema. Tudo é movimento. Nada é permanente.
“A nossa tendência “natural” é resistir, não aceitar, combater tudo o que nos contraria e o que nos gera sofrimento. Dessa forma prolongamos a situação. Resistir só nos mantém preso dentro da situação desconfortável, muitas vezes perpetuando e tornando tudo mais complicado e pesado.

Quando não aceitamos nos tornamos amargos, revoltados, frustrados, insatisfeitos, cheios de rancor e tristezas—e esses padrões mentais e emocionais criam mais dificuldades, vibramos e nos identificamos com o pior em nós, nossas sombras. Por fim, como última alternativa, o corpo manifesta algum sintoma físico, para alertar que algo dentro não está fluindo como deveria.

“Aceitar é expandir a consciência e encontrar respostas, soluções, alívio. Aceitar é o que nos leva à fé... Aceitar se refere ao momento presente, ao agora. No instante que você aceita, você entrega ao que a vida quer-lhe oferecer. Novas idéias surgem para prosseguir na direção desejada, saindo do sofrimento”.

Como dizem os mestres taoístas, “recuar não é perder. É conquistar nova força para continuar”— às vezes ajustando rotas, refinando ações, harmonizando emoções. Precisamos sair da noção do controle. Quem quer controlar tudo sofre mais e está emitindo vibração de falta total de confiança na vida. De que algo ruim irá acontecer logo ali. Está plantando cebolas. E irá colher cebolas.

Se você compreende, as coisas são exatamente como são. Se você não compreende, as coisas são exatamente como são. 

Miguel Filliage
Naturista (CRT 32280), escritor, há quase 20 anos trabalha e é especialista em Medicina Clássica Taoísta e Tibetana e fitoessenciais vibracionais, com pós graduação em Psicologia Transpessoal. Emails: miguel@clisf.com.br , miguelfilliage@cciencia.com.br 

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

SOMOS RESPONSÁVEIS PELAS NOSSAS DOENÇAS

Miguel Filliage (*)
No complexo e desafiante mundo do terceiro milênio, manter-se com qualidade de vida, com saúde física e emocional, não é empreitada fácil. Como se sabe, excesso de estresse gera muitas doenças crônicas—intimamente ligadas às vivencias emocionais não totalmente resolvidas ou compreendidas. Somos co-autores de nossas doenças e não vítimas. Elas somente expõem em sintomas físicos aquilo que temos dentro não resolvido. Até um simples resfriado pode estar sendo manifestado por desarmonia emocional. Recentemente recebi um texto enxuto, um pouco poético, mas que traduz verdades que a medicina homeopática e as medicinas orientais já sabem há séculos. Harmonizar as causas emocionais proporciona curas que para muitos olhos são verdadeiros milagres. Não são. Vivencio isto todos os dias no consultório. Vou reproduzir alguns itens recebidos e depois vou dar uma dica preciosa para você começar a ampliar sua qualidade de vida física, emocional e mental:
§  O resfriado, por exemplo, escorre quando o corpo não chora;
§  A dor de garganta manifesta quando não é possível comunicar as aflições;
§  O estomago dói ou arde quando as raivas não conseguem sair;
§  Os diabetes invadem quando a solidão dói;
§  O corpo engorda quando a insatisfação aperta;
§  A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam;
§  O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar;
§  O coração enfarta quando experimenta a ingratidão;
§  A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável;
§  As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas;
§  O peito aperta quando o orgulho e a resistência escravizam;
§  A pressão sobe quando o medo aprisiona;
§  As neuroses paralisam quando a “criança interna” tiraniza;
§  A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade
A lista de sintomas crônicos é infinita, com causas, quase sempre, impregnada nos corpos emocional e mental. Quando as doenças se manifestam é um grito de alerta dos nossos corpos emocional, mental e espiritual de que não está havendo fluidez, aceitação, gratidão e amorosidade em alguma área de nossa vida — ou no pessoal, no afetivo, no profissional ou nos relacionamentos... Estamos resistindo, não digerindo, escolhendo ter razão (atributo do ego) e não dando ouvidos à alma, que deseja fluir, ser feliz. Se tivéssemos mais traquejos para explorar e harmonizar nosso mundo interno não teria tantas doenças manifestadas.
Por isso, a meditação é tão fundamental hoje em dia — para entrar em contato com o outro lado do pêndulo. Tudo na vida é pendular. Depois da expansão vem à retração, fora e dentro.   Num mundo tão para fora, veloz — do ter — é preciso voltar-se para dentro, para ser — e também para agradecer, aceitar-se, aceitar mais, louvar, ficar no presente em contato com nosso mestre interno, com nossa alma, nosso centro. Somos responsáveis pelas nossas doenças, mas também podemos ser pela nossa cura. Meditar por pelo menos dez minutos por dia, para agradecer e abrir-se, sem tantos medos, ao que se apresenta, produz mais paz, sinônimo de saúde para os orientais. A cura e a prosperidade começam por ai. A vida é o que é e não o que achamos que seja.
Miguel Filliage
Naturista (CRT 32280), escritor, há quase 20 anos trabalha e é especialista em Medicina Clássica Taoísta e Tibetana; e fitoessenciais vibracionais, com pós graduação em Psicologia Transpessoal. Emails: miguel@clisf.com.br , miguelfilliage@cciencia.com.br 

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

NO ANO DO COELHO, É FUNDAMENTAL PRATICAR A ACEITAÇÃO E A GRATIDÃO



 Daqui onde estou olho a imensidão do mar, respiro os últimos momentos de 2010 sentado numa cadeira de praia. Estou pronto para receber 2011, ano do Coelho de Metal para os chineses e regido por Mercúrio, pela astrologia ocidental.  Um ano promissor para todos aqueles que exercitarem a comunicação, especialmente para consigo mesmo.

Aproveite e pratique mais a aceitação e a gratidão.O ano é especialmente para isso. Ao invés de reclamar, agradeça. Agradeça o que já tem, agradeça e abençoe tudo o que já conquistou; agradeça todas as experiências — as boas e as que considera ruins. O ano do Coelho é especial para você decidir parar de se torturar, de sofrer, porque as coisas não saíram do jeito que esperava.   Pare de querer controlar tudo e achar que a vida só estará boa se as coisas acontecerem exatamente como você quer. A prosperidade plena começa com a aceitação, o agradecimento e o reconhecimento.   É preciso primeiro agradecer o que já se tem para conquistar mais daquilo que se quer.

E comece agradecendo seu corpo, seus órgãos, sua família, sua casa, etc., Amplie sua paz, fonte de saúde plena. Tudo começa com você mesmo. Seja agradecido, grato, amoroso com você.
Que em 2011 você amplie seu relacionamento com você. Com gratidão, se aceite. Você estará também ampliando a compreensão do que é o amor em ação. E que o ano também seja fértil de novas escolhas para sua vida.

Um grande ano.
Miguel Filliage
Naturista (CRT 32280), psicologia Transpessoal, Medicina Oriental Taoísta e Fitoessencias Vibracionais Hilarion
Lux Beauté – Rua Conde de Porto Alegre, 1269 – Campo Belo – SP -fones: 9658 5612 / 5096 3582

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

APEGO, AGRESSIVIDADE E IGNORÂNCIA SÃO FONTES DE MUITAS DOENÇAS

Miguel Filliage(*)
A medicina ocidental tem, com certeza, os melhores e mais eficientes instrumentos para salvar o paciente dos sintomas manifestados no corpo físico — geralmente através de medicamentos químicos ou de intervenções cirúrgicas. A tradução de Saúde, para esta nossa medicina, é a ausência de sintomas físicos no indivíduo. Para as medicinas orientais, especialmente a chinesa, tibetana e hindu, junto com a ocidental Homeopatia, o sinônimo de saúde é paz. A ausência de paz interna é a grande fonte de onde jorram as doenças consideradas crônicas ou psicossomáticas. Não é por acaso que estamos vivendo atualmente com verdadeiras epidemias de doenças crônicas: o atual mundo, complexo, de mudanças constantes e profundas, deixa poucos momentos para a paz instaurar-se no individuo e proporcionar equilíbrio e harmonia. A vida é pendular. Não dá para ficar o tempo todo para fora. Todos nós, incluindo as plantas e os animais, necessitamos de nutrição, voltar-se para dentro — no caso dos humanos, para elaborar, repensar, acalmar, restabelecer, recuar, meditar, etc —,o outro movimento do pêndulo. Ficar o tempo todo para fora, numa vida fast food, é um convite para o estresse crônico—causador de doenças— instalar-se como posseiro em nosso terreno.
Mais do que em outras épocas humanas, hoje a união das várias medicinas e terapias é fundamental para se conquistar a saúde integral, e não gerar sintomas no físico. O início de qualquer cura começa pela harmonia. O corpo se cura quando o ambiente emocional, mental e espiritual está mais alinhado, vibrando em relativo equilíbrio. Nosso corpo é um maravilhoso e milagroso laboratório, que se recria, se regenera o tempo todo. Nosso estomago, por exemplo, se recria celularmente a cada três meses, assim como nossa pele. E assim são todos os órgãos. O físico, portanto, se cura, se reconstrói, quando seus outros corpos — emocional, mental e espiritual — estão equilibrados.
A medicina Tibetana, por exemplo, vê a doença física, crônica ou não, como conseqüência de desequilíbrios emocionais, metais ou espirituais. E para ela são três os venenos da mente geradores de doenças: o apego, a agressividade e a ignorância. É claro que também reconhece que o ambiente, o estilo de vida e as invasões de vírus e bactérias são causas de doenças. Mesmo assim, porém, muitas delas são derivadas de fissuras emocionais. Por exemplo, a pessoa bebe ou fuma muito, e este estilo de vida pode causar sintomas físicos. Por trás desse estilo de vida, porém, tem desequilíbrio emocional/mental, que faz com que o indivíduo faça determinadas escolhas autodestrutivas.
Estas três palavrinhas/comportamentos — apego, a agressividade e ignorância —  abrem grandes universos de possibilidades de doenças e, ao mesmo tempo, de curas. Nessa atual época, de pouco contato com a essência e de muitas vivências externas e consumistas, a cura é muito mais complexa, e precisa envolver outras habilidades. Hoje, médicos, psiquiatras, psicólogos, terapeutas, coaching, floralistas, acupunturistas, xamãs, padres, pastores, entre outros, todos têm contribuições fundamentais na cura ou na melhoria da qualidade de vida física, emocional, mental e espiritual dos que se consideram ou estão doentes.
Nesse novo milênio, precisamos antes de mais nada ampliar a consciência para estar sempre nos curando. Os desequilíbrios são constantes, os desafios cada vez maiores e mais intensos, a vida deixando as pessoas cada vez mais perplexas, para dizer o mínimo. Não dá para correr ao médico (ou a outro profissional de saúde) só quando estamos sentindo algum sintoma no físico, uma gastrite por exemplo. É possível ir se curando para não gerar a gastrite, apenas uma camada da cebola.
Como explicava o pai da Homeopatia, Samuel Hahnemann, somos como uma cebola. A cada cura só eliminamos uma pequena camada. Embaixo, existem outras, esperando serem curadas, na maioria das vezes no corpo emocional, os sapos engolidos e não digeridos. Viemos ao planeta para aprender e para nos curar permanentemente. Excesso de medos, por exemplo, provocam inúmeras doenças — dores lombares, gastrite, cistites, entre tantas outras.  
Hoje, mais do que em qualquer outra época, devemos evoluir em consciência e começar a se equilibrar nos corpos mais sutis para que a intranqüilidade, a falta de paz, não se manifeste no físico, trazendo a “surpresa” de uma doença crônica. Não é surpresa e não existem vítimas. Somos, na maioria dos casos, co-responsáveis pelas nossas doenças. Vamos pedir ajuda antes — para conquistar saúde integral e longevidade com qualidade de vida.
Miguel Filliage
Naturista (CRT 32280), escritor, há quase 20 anos trabalha e é especialista em Medicina Clássica Taoísta e Tibetana, com pós graduação em Psicologia Transpessoal. Emails: miguel@clisf.com.br , miguelfilliage@cciencia.com.br 

MEDICINA TIBETANA É MUITO INDICADA PARA DOENÇAS CRÔNICAS

A alucinante velocidade do mundo contemporâneo e sua complexidade — com excesso de desafios e ausência de momentos de paz, de comunhão, de agradecimento, de alegria, de segurança — são responsáveis por verdadeiras epidemias de doenças crônicas, geradas pelo estresse. Basta olhar em volta e constatar pessoas próximas tomando remédios para pressão alta, para controlar o diabetes, para depressão, para dores aqui e ali, para insônia... Uma só medicina, a nossa, ocidental, por mais eficiente que seja (e é a mais eficaz para o corpo físico), não dá conta. Hoje, mais do que em qualquer outra época humana, é imperativo curar os corpos emocional, mental e espiritual — grandes geradores das doenças crônicas, psicossomáticas. Não é por acaso que as medicinas milenares orientais hoje estão se expandindo e sendo reconhecidas em todo mundo — elas dão resultados expressivos na harmonização, equilíbrio e cura das pessoas. Também não é por crenças ingênuas que muitas terapias têm surgido. As chamadas terapias complementares são bastante competentes para tratar os indivíduos.  
Aqui, neste espaço, vou falar de várias terapias complementares. E começo pela Medicina Tibetana, na qual utilizo alguns de seus princípios, conceitos e práticas no consultório. Gosto muito dessa milenar medicina. E no mundo atual, ela dá grandes resultados para sintomas crônicos. Concordo, por exemplo, com os lamas e mestres tibetanos quando dizem, com extrema simplicidade, que não existem doenças. Existem sim doentes necessitando de tratamento não só no corpo físico, harmonizando determinado órgão, como também necessitando atacar as causas, quase sempre temas emocionais ou mentais mal digeridos (leia-se também relacionamentos pessoais, profissionais ou afetivos), não harmonizados, não aceitos... O tratamento indicado é uma espécie de blindagem emocional, para nos tornar mais neutros, menos suscetíveis ao que vem de fora e, ao mesmo tempo, mais confiantes.
O corpo não adoece em partes. O fígado, por exemplo, está doente porque a pessoa ficou adoecida com muitas frustrações, com alguma mágoa, com ressentimentos... talvez tenha engolido alguns sapos—e não só comido ou bebido algo que lhe fez mal, como costumamos dizer quando manifestamos algum mal-estar. A harmonização do conjunto gerará paz, cura ao fígado. Tratar só o fígado, o corpo físico, é importante, mas a cura só virá quando se alinhar os corpos físico, emocional, mental e espiritual.
Nos afastamos tanto da natureza (a começar pela nossa própria natureza), que esquecemos que somente a natureza nos cura. Estou convencido — e também as medicinas tibetana, chinesa, hindu e homeopática, entre outras terapias — que tudo pode ser curado porque o corpo se regenera e se recria totalmente quando está em harmonia, em equilíbrio, em paz. Esta é a natureza do corpo. Sou partidário da crença de que doenças incuráveis não existem, especialmente se forem tratadas em suas verdadeiras causas — e em tempo. E as causas podem até ser espirituais, como lembram os mestres tibetanos.
Saúde para a medicina tibetana e chinesa é estar em paz, viver em comunhão, em gratidão e no presente. A ausência continuada de paz interna gera a maioria das doenças crônicas. As pessoas hoje em dia adoecem mais na mente, na alma e depois, só bem depois, sintomas começam a aparecer no corpo físico e, às vezes, com doenças difíceis de reverterem. É necessário neste novo mundo unir forças terapêuticas,  agregando outros procedimentos para harmonizar os corpos emocional e mental.
 Nos próximos artigos vou mergulhar mais na medicina tibetana e chinesa.
Miguel Filliage
Naturista (CRT 32280), escritor, há quase 20 anos trabalha e é especialista em Medicina Clássica Taoísta e Tibetana, com pós graduação em Psicologia Transpessoal. Emails: miguel@clisf.com.br , miguelfilliage@cciencia.com.br